segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bem que nós tentamos, mas.......


Antes de mais nada, vou logo avisando: sou fã de carteirinha do José Hugo Celidônio. Sou fá por tudo o que ele representa para quem aprecia gastronomia, pois ele faz parte da primeira geração de gourmets da cidade e do país, além de ser um chef de mão cheia. Mas....... . Ontem saímos do Circuito das Artes, por volta das três da tarde, após um cálice de vinho e alguns queijos e iríamos buscar o almoço no D`Amici, no Leme. Antes de irmos para lá, a Olga lembrou do Gourmet Praia - Vieira Souto, 234, na esquina com a Farme. Esse restaurante foi inaugurado no ano passado, acho que agosto, não me lembro bem. Quem se lembra do José Hugo, vai se lembrar do Club Gourmet, em Botafogo. Excelente restaurante, um dos melhors na época. Fechou... o local não ajudava, não tinha vaga, era perto do cemitério, era em Botafogo, ou seja, cozinhar é diferente de fazer estudo de viabilidade econômica e de percepção de mercado. O tempo passou e olha o José Hugo de novo, resistente, das páginas de algumas revistas e jornais, com suas antigas receitas, para mais esta empreitada. Chegamos quase tres e meia para almoçar. O ambiente bastante clean (moderno) transmite calma, os frequentadores, tinha uns 20 lá dentro, todos de Ipanema ou locais próximos, pois se cumprimentavam como que indicando que se conheciam. O serviço nota dez, todos muito atenciosos e eduacados, ou seja, até aqui tudo bem. No domingo, no almoço, eles servem um pacotão fechado: mesão com saladas e antipasto, sopa, entrada, e um prato principal. Nada demais. Tomamos um caldo de baroa com hortelã que estava delicioso. Seguimos com Eggs Benedict, que estavam bons, mas detonaram o nosso vinho.....burrice nossa: ovo e vinho não se misturam. E buscamos as opções de prato principal: picanha fatiada com batatas ou linguado grelhado com arroz integral e batatas ou penne arrabiata ou rosbife com molho de pimenta e ......batatas fritas. A Olga arriscou o linguado grelhado e eu o rosbife. Nada demais em nenhum dos pratos ou acompanhamentos. Nada que justificasse o preço final, na média, 130 por cabeça, incluidos aí meia garrafa de vinho e uma sobremesa (sorvete de creme com passas brancas e calda de caramelo com amêndoas). Está muito caro para o que se comeu. O mais triste de tudo é ver outra tentativa do Chef José Hugo ir afundando lentamente. Só serve jantar três dias da semana, almoço em alguns outros dias. Enfim, se vc não abre todo dia, tem menu reduzido e preço de restaurante do eixo mais caro do Rio (Ipanema e Leblon) mas não oferece qualidade ou diferenciação, vc está no rumo da morte certa. Saí dali triste demais, será que o Chef não tem um amigo que possa dizer para ele: seu produto está concorrendo com o Zuka, com o Carlota, com o Gibo Brambini e outros tantos e não tem a menor chance de sobrevida, pois o preço não acompanha a qualidade e a diferenciação que seu preço e público pedem. Se não mudar....fecha rápido, uma pena!!!

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